2008-06-23

Estão a chegar as "estradas virtuais"

Governo anuncia Rede Rodoviária para a Serra da Estrela

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, anunciou dia 14 de Junho, em Conímbriga, a escolha dos traçados que constituirão a Rede Rodoviária da Serra da Estrela, adjudicando o Estudo necessário para o lançamento daquela Concessão. Com o objectivo de encontrar o cenário mais favorável para o desenvolvimento da Rede Rodoviária na zona da Serra da Estrela, tendo em conta a sustentabilidade do território – atendendo, pois, a critérios não só de natureza rodoviária, mas também social, ambiental e de desenvolvimento económico – o Governo lançou um Estudo de Avaliação estratégica para o Desenvolvimento da Rede Rodoviária Nacional na Região do Centro Interior que teve em conta três cenários:

Cenário A – Interpretação restrita do preconizado no PRN 2000 (IC6 – Coimbra/Venda de Galizes (IC7)/Covilhã (IP2); IC7 – Venda de Galizes (IC6)/Celorico da Beira (IP5); IC37 – Viseu (IP5)/Nelas/Seia (IC7);

Cenário B – Opção de atravessamento do maciço central da Estrela com recurso a túnel, ligando de forma mais directa Coimbra e Viseu à Covilhã;

Cenário C – Optimização dos traçados preconizados do PRN 2000, não os sobrepondo obrigatoriamente à rede viária existente (EN17, EN230 e EN231), daí resultando uma menor extensão global.

Realizado o Relatório do Plano e o Relatório Ambiental, seguidos das consultas públicas, elaborou-se o Relatório Final que apontou o Cenário C como preferencial. O Governo acolheu esta recomendação, optando pelo traçado optimizado do IC6, IC7 e IC37. O Estudo Prévio destas vias estará a cargo da PROJECTOPE – Gabinete de Topografia e Projectos, S.A. A EP – Estradas de Portugal, SA, na qualidade de entidade contratante, pagará 985.990€ à adjudicatária para realizar aquele trabalho no prazo de 300 dias.

Este Estudo debruçar-se-á sobre uma zona com uma extensão aproximada de 150km com o objectivo de encontrar uma solução segura, rápida e cómoda para ‘abrir as portas’ à Serra da Estrela. A sua conclusão, prevista para Abril de 2009, tornará possível o lançamento da Concessão prevista para aquela região. Com a construção do IC6, IC7 e IC37 o Governo pretende aproximar as sedes de concelho das redes viárias de elevada qualidade, reduzindo em cerca de 60% o tempo de percurso na região.

A futura concessão beneficiará directamente os seguintes concelhos: Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Seia, Guarda, Oliveira do Hospital, Tábua, Viseu, Mangualde, Nelas e Covilhã.

2008-06-19

Somos os quase, quase....

Portugal ineficaz e eliminado

Portugal foi afastado do Euro-2008 ao perder com a Alemanha por 3-2 nos quartos-de-final. Schweinsteiger (21 m), Klose (26), Nuno Gomes (40), Ballack (61) e Hélder Postiga (87) foram os autores dos golos do desafio, o último de Scolari à frente da Selecção Nacional.

2008-06-15

César de Oliveira - 10 anos após o seu falecimento

DEPOIMENTO

César de Oliveira morreu, infelizmente, muito novo. Foi um jovem generoso que lutou, desde novo, contra a ditadura. Na maturidade, fez uma brilhante carreira académica de historiador, afirmando-se como um investigador probo e muito sagaz.

Deixou uma bibliografia extremamente valiosa, estudando a ascensão de Salazar e do regime que impôs ao País e, principalmente, as relações luso-espanholas, num período de tempo alargado. Cito: Portugal e a II República de Espanha (1931-36); Salazar e a guerra civil de Espanha; A consolidação do Salazarismo e a guerra civil de Espanha; e Cem anos de relações luso-espanholas: política e economia. Escreveu ainda textos, de grande originalidade e valor, sobre a I República Portuguesa (1910-1926) e nomeadamente: "O socialismo em Portugal"; "O primeiro Congresso do Partido Comunista Português"; O operariado e a República Democrática (1910-1914); A criação da União Operária Nacional: problemas e alternativas do Congresso Operário de Tomar de 1914; Portugal, cristianismo e revolução socialista; etc.

Para além da sua importante obra de historiador da contemporaneidade que deixou, César de Oliveira teve uma intensa participação cívica, como estudante, nas lutas académicas antifascistas, em movimentos de extrema-esquerda e, finalmente, no Partido Socialista, a que aderiu nos anos oitenta. Nessa qualidade, foi eleito Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, onde realizou um excelente trabalho.

Conheci bem César de Oliveira desde a sua juventude. Tornei-me seu amigo e admirador, muito mais tarde. Era uma figura de grande comunicabilidade, um excelente conversador, um homem bom, aberto e generoso. Sempre simpatizei muito com ele: era uma pessoa humana, espontânea e divertida, extremamente atraente. Nos anos finais da sua vida tornámo-nos amigos. Senti profundamente a sua morte prematura.

Lisboa, 31 de Janeiro de 2005

Retirado de: Textos de Mário Soares - Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares

2008-06-10

Dia da Raça

"Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", afirmou Aníbal Cavaco Silva, Presidente da Republica Portuguesa, hoje, dia 10 de Junho de 2008, em Viana do Castelo.

Pode-se entender o patriotismo como um sentimento de lealdade às terras e ao grupo, mas o nacionalismo será, sem duvida, um sentimento de superioridade étnico-cultural. Diz-nos a história que este tipo de Nacionalismo apenas dá margem de progressão ao surgimento de racismo e conflitos entre as várias camadas da sociedade. Isto é o que acontece quando as pessoas competem entre si, tendo por base o conceito de raça. Alguns brancos, por exemplo, julgam ser superiores aos negros, ou vice-versa, levando a uma polarização de raças, dividindo a sociedade.

Durante o século XX, o nacionalismo permeou movimentos radicais como o fascismo, o nacional-socialismo e o integralismo no Brasil e em Portugal, especialmente durante o Estado Novo (Portugal). O regime de Salazar deu um outro significado ao Dia de Camões, uma data que passou a servir a propaganda do Estado Novo. O 10 de Junho foi adoptado e adaptado pelo regime instaurado em 1933, e passou a ser conhecido como o Dia da Raça. Não será errado afirmar-se que existiam posições eugenistas e racistas no Estado Novo, onde o conceito de raça é um conceito ambivalente no Estado Novo.

Hoje, dia 10 de Junho de 2008, nas comemorações dia de Portugal, de Camões e das Comunidades (Portuguesas, obviamente) senti, da parte do mais alto magistrado da Nação, um apelo ao passado, que de algum modo me fez relembrar os tempos do Estado Novo, onde o que interessava era dar a entender, externamente, que existia um património nacional que era uno, e incluía metrópole e colónias, e portanto que Portugal tinha um direito inalienável e inquestionável à manutenção do seu império.

A comemoração de “O Dia da Raça” é o Natal dos Nacionalistas, para os mais saudosistas. Uma ocasião especialmente dedicada a celebrar o facto de existirem, saudando e recordando os estandartes do Estado Novo. Pessoalmente prefiro recordar o 10 de Junho como o O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Para mim é o dia em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões a 10 de Junho de 1580, e é também o Dia Nacional de Portugal.

Mas também, o que se pode esperar de um Presidente da Republica que no dia 25 de Abril de 2006 confundiu o CRAVO com uma flor de esquerda? Quando um determinado partido politico afirma que Cavaco Silva recuperou “uma terminologia racista e segregadora, do Estado Novo”, não posso estar mais de acordo. Dizem os adágios populares que “recordar é viver” e que “perdoar não é esquecer”. É nesse sentido que deixo a todos os visitantes deste blog a “eterna recordação” dos tempos do Estado Novo.

Se repararem bem, nos Livros para a Escola Primária e mesmo para o 1º Ciclo dos Liceus, do Minho a Timor, só aparecem «brancos». E se repararem nos «meninos» de cartolina da Mocidade Portuguesa, são todos «brancos.» Deste modo a «mentira» ou a «verdade» aparecem clarinhas como água.









2008-06-09

10 de Junho

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades


Portugal, oficialmente República Portuguesa, é um país situado no sudoeste da Europa, cujo território se situa na zona ocidental da Península Ibérica e em arquipélagos no Atlântico Norte. Possui uma área total de 92.391 km² e é a nação mais ocidental do continente europeu. O território português é delimitado a Norte e a Leste por Espanha e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico, e compreende a parte continental e as regiões autónomas: os arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Durante os séculos XV e XVI, Portugal foi uma potência mundial económica, social e cultural, constituindo-se o primeiro e o mais duradouro império colonial de amplitude global.

É hoje um país desenvolvido, economicamente próspero, social e politicamente estável e desenvolvido.

É membro das Nações Unidas, da NATO-OTAN, da OCDE, da CPLP e da União Europeia, e um dos países fundadores da NATO-OTAN, da OCDE, da Zona Euro (da União Europeia) e da EFTA. Participa em diversas missões de manutenção de paz das Nações Unidas.

Um pouco da nossa história

Formação e consolidação do reino

Muito antes de Portugal conseguir a sua independência, já tinha havido algumas tentativas de alcançar uma autonomia mais alargada, e até mesmo a independência, por parte dos condes que governavam as terras do reino da Galiza e Portucale. Para terminar com esse clima independentista da nobreza local em relação ao domínio leonês, o Rei Afonso VI de Leão e Castela entregou o governo do Condado da Galiza (que nessa altura incluía as terras de Portucale) ao Conde Raimundo de Borgonha. Após muitos fracassos militares de D. Raimundo contra os mouros, Afonso VI decidiu dar em 1096 ao primo deste, o Conde D. Henrique, o governo das terras mais a sul do Condado da Galiza, fundando assim o Condado Portucalense. Com o governo do Conde D. Henrique, o Condado Portucalense conheceu não só uma política militar mais eficaz na luta contra os mouros, como também uma política independentista mais activa, apesar de nunca ter conseguido alcançar a independência. Só após a sua morte, quando o seu filho D. Afonso Henriques subiu ao poder, Portugal conseguiu a sua independência com a assinatura em 1143 do Tratado de Zamora, ao mesmo tempo que conquistou localidades importantes como Santarém, Lisboa, Palmela e Évora aos mouros.

Terminada a Reconquista do território português em 1249, a independência do novo reino viria a ser posta em causa várias vezes por Castela. Primeiro, na sequência da crise de sucessão de D. Fernando I, que culminou na Batalha de Aljubarrota, em 1385.

Os descobrimentos

Com o fim da guerra, Portugal deu início ao processo de exploração e expansão conhecido por Descobrimentos, entre cujas figuras cimeiras destacam o infante D. Henrique, o Navegador, e o Rei D. João II. Ceuta foi conquistada em 1415. O cabo Bojador foi dobrado por Gil Eanes em 1434, e a exploração da costa africana prosseguiu até que Bartolomeu Dias, já em 1488, comprovou a comunicação entre os oceanos Atlântico e Índico dobrando o cabo da Boa Esperança. Em rápida sucessão, descobriram-se rotas e terras na América do Norte, na América do Sul, e no Oriente, na sua maioria durante o reinado de D. Manuel I, o Venturoso. Foi a expansão no Oriente, sobretudo graças às conquistas de Afonso de Albuquerque que, durante a primeira metade do século XVI, concentrou quase todos os esforços dos portugueses, muito embora já em 1530 D. João III tivesse iniciado a colonização do Brasil. Foi no seu reinado que se atingiram o Japão e, provavelmente, a Austrália.

O país teve o seu século de ouro durante este período. Porém, na batalha de Alcácer-Quibir (1578), o jovem rei D. Sebastião e parte da nobreza portuguesa pereceram. Sobe ao trono o Rei-Cardeal D. Henrique, que morre dois anos depois, abrindo a Crise de sucessão de 1580: esta resolve-se com a subida ao trono português de Filipe II de Espanha, o primeiro de três reis espanhóis (Dinastia Filipina). Esse domínio foi terminado a 1 de Dezembro de 1640 pela nobreza nacional que, após ter vencido a guarda real num repentino golpe-de-estado, depôs a condessa governadora de Portugal, coroando D. João IV como Rei de Portugal.

Restauração, absolutismo e monarquia liberal

Após a restauração da independência de Portugal, seguiu-se uma guerra com Espanha que terminaria apenas em 1668, com a assinatura de um tratado de paz, em que Espanha reconhecia em definitivo a restauração de Portugal.

O final do século XVII e a primeira metade do século XVIII assistiram ao florescimento da exploração mineira do Brasil, onde se descobriram ouro e pedras preciosas que fizeram da corte de D. João V uma das mais opulentas da Europa. Estas riquezas serviam frequentemente para pagar produtos importados, maioritariamente de Inglaterra (por exemplo, quase não existia indústria têxtil no reino e todos os tecidos eram importados de Inglaterra). O comércio externo baseava-se na indústria do vinho e o desenvolvimento económico do reino foi impulsionado, já no reinado de D. José, pelos esforços do Marquês de Pombal, ministro entre 1750 e 1777, para inverter a situação com grandes reformas mercantilistas. Foi neste reinado que um violento sismo devastou Lisboa e o Algarve, a 1 de Novembro de 1755.

Por não quebrar a aliança com a Inglaterra e recusar-se a aderir ao Bloqueio Continental, Portugal foi invadido pelos exércitos napoleónicos em 1807. A Corte e a família real portuguesa refugiaram-se no Brasil, e a capital deslocou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceria até 1821, quando D. João VI, desde 1816 rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, regressou a Lisboa para jurar a primeira Constituição. No ano seguinte, o seu filho D. Pedro IV era proclamado imperador do Brasil, mantendo-se, no entanto o império do Brasil e o Reino de Portugal unidos durante cerca de dez anos.

Portugal viveu, no restante século XIX, períodos de enorme perturbação política e social (a guerra civil e repetidas revoltas e pronunciamentos militares, como a Revolução de Setembro, a Maria da Fonte, a Patuleia, etc.) e só com o Acto Adicional à Carta, de 1852, foi possível a acalmia política e o início da política de fomento protagonizada por Fontes Pereira de Melo. No final do século XIX, as ambições coloniais portuguesas chocam com as inglesas, o que está na origem do Ultimato de 1890. A cedência às exigências britânicas e os crescentes problemas económicos lançam a monarquia num descrédito crescente, e D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são assassinados em 1 de Fevereiro de 1908.

República, Estado Novo e democracia

A República é pouco depois instaurada, em 5 de Outubro de 1910, e o jovem rei D. Manuel II parte para o exílio em Inglaterra. Após vários anos de instabilidade política, com lutas de trabalhadores, tumultos, levantamentos, homicídios políticos e crises financeiras (problemas que a participação na I Guerra Mundial contribuiu para aprofundar), o Exército tomou o poder, em 1926. O regime militar nomeou ministro das Finanças António de Oliveira Salazar (1928), professor da Universidade de Coimbra, que pouco depois foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros (1932). Ao mesmo tempo que restaurou as finanças, instituiu o Estado Novo, regime autoritário de corporativismo de Estado, com partido único e sindicatos estatais, com afinidades bem marcadas com o fascismo pelo menos até 1945. Em 1968, afastado do poder por doença, sucedeu-lhe Marcelo Caetano.

A recusa do regime em descolonizar as Províncias Ultramarinas resultou no início da guerra colonial, primeiro em Angola (1961) e em seguida na Guiné-Bissau (1963) e em Moçambique (1964). Apesar das críticas de alguns dos mais antigos oficiais do Exército, entre os quais o general António de Spínola, o governo parecia determinado em continuar esta política. Com o seu livro Portugal e o Futuro, em que defendia a insustentabilidade de uma solução militar nas guerras do Ultramar, Spínola seria destituído, o que agravou o crescente mal-estar entre os jovens oficiais do Exército, os quais, no dia 25 Abril de 1974 desencadearam um golpe de estado.

A este sucedeu-se um período de confronto político muito aceso entre forças sociais e políticas, designado como Processo Revolucionário em Curso, com especial ênfase durante o Verão de 1975, a que se chamou Verão Quente, no qual o país esteve prestes a cair num novo período de ditadura, desta vez de orientação comunista. Neste período Portugal concede a independência de todas as suas antigas colónias em África.

A 25 de Novembro de 1975 diversos sectores da esquerda radical (essencialmente pára-quedistas e polícia militar na Região Militar de Lisboa), provocados pelas notícias, levam a cabo uma tentativa de golpe de estado, que no entanto não tem nenhuma liderança clara. O Grupo dos Nove reage pondo em prática um plano militar de resposta, liderado por António Ramalho Eanes. Este triunfa e no ano seguinte consolida-se a democracia. O próprio Ramalho Eanes é no ano seguinte o primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal. Aprova-se uma Constituição democrática e estabelecem-se os poderes políticos locais (autarquias) e governos autónomos regionais nos Açores e Madeira.

Na actualidade, Portugal é um dos membros da União Europeia (aderiu à então CEE em 1986) e é um dos membros que integram a zona Euro. É também um dos países que participa regularmente em missões de manutenção de paz das Nações Unidas.

Origem: Wikipédia