2006-10-19

IP3 com curvas «criminosas»

Num dossier exclusivo, a edição impressa do Autohoje, revela como o traçado do IP3 se reveste de características perigosas. Uma situação tão grave que vai mesmo motivar uma queixa na Procuradoria-Geral da República.
O Itinerário Principal (IP) 3, entre Viseu e Coimbra, tem várias curvas que não cumprem as normas de traçado para a construção de estradas, demonstra um estudo inédito do Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC), que o Autohoje revela esta semana em primeira mão. O OSEC, uma organização não governamental, vai mesmo apresentar uma participação criminal na Procuradoria-Geral da República, alegando que estas curvas colocam em perigo a vida e integridade física dos utentes da estrada. Só num pequeno troço de 30 quilómetros, entre a barragem da Aguieira e Souselas, 18 das 38 curvas analisadas apresentavam erros de construção que levaram os engenheiros do Observatório a qualificá-las como zonas de segurança reduzida, perigosas, muito perigosas ou extremamente perigosas.
O calendário relativo ao processo de construção da auto-estrada entre Viseu e Coimbra, que substituirá o actual e perigoso Itinerário Principal 3, deverá ser apresentado no próximo ano. Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração do sub-lanço Fail/Viseu da auto-estrada A24, o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, explicou aos jornalistas que ainda estão a ser estudadas “as melhores alternativas para implementar o traçado” da auto-estrada, muito reclamada pelos autarcas.“Não me posso comprometer com datas, sendo certo que a nossa expectativa é que em 2007 tenhamos conclusões a apresentar e um calendário de como correrá todo o empreendimento”, afirmou.
Segundo Paulo Campos, “a orografia entre Viseu e Coimbra é difícil”, sendo por isso que o actual IP3 apresenta as dificuldades hoje conhecidas, e lembrou que, logo no dia em que abriu, ele próprio aí assistiu a um acidente. “Sabemos muito bem os problemas que existem entre Viseu e Coimbra. Estamos a estudar as melhores alternativas para implementar este traçado, tendo em conta um conjunto de projectos relevantes para esta zona, como o IC12 e o IC2”, frisou.Assim que esteja terminado este estudo de optimização de traçados, o Governo avançará com a construção da auto-estrada, em regime de concessão.

2006-10-05

5 de Outubro

Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia. Juntamente com os militares estiveram a Carbonária e o as estruturas do PRP (Partido Republicano Português). Na tarde desse dia, José Relvas, em nome do Directório do PRP, proclamou a República à varanda da Câmara Municipal de Lisboa. No dia 6 o novo regime foi proclamado no Porto e, nos dias seguintes, no resto do país. Em Braga foi-o no dia 7, tendo tomado posse da Câmara o Dr Manuel Monteiro.
A queda da Monarquia já era de esperar. Dois anos antes D. Carlos e D. Luíz Filipe haviam sido assassinados por activistas republicanos. O reinado de D. Manuel II tentou apaziguar a vida do país sem sucesso. Foi um reinado fraco e inexperiente. Apesar de o 5 de Outubro não ter sido uma verdadeira revolução popular, mas sobretudo um golpe de estado centrado em Lisboa, a nova situação acabou por ser aceite no país e poucos acreditaram na possibilidade de num regresso à Monarquia.
Seguiu-se um período de democracia republicana, caracterizado por forte instabilidade política, conflitos com a Igreja, mas também grandes progressos na educação pública. A chamada I República Portuguesa terminou em 1926, com o golpe de 28 de Maio, a que se seguiram muitos anos de ditadura.
Após o 5 de Outubro foi substituída a bandeira portuguesa. As cores verde e vermelho significam, respectivamente, a esperança e o sangue dos heróis. A esfera armilar simboliza os Descobrimentos, os sete castelos representam os primeiros castelos conquistados por D. Afonso Henriques, as cinco quinas significam os cinco reis mouros vencidos por este Rei e, finalmente, os cinco pontos em cada uma as cinco chagas de Cristo. O hino A Portuguesa , composto por Alfredo Keil tornou-se o hino nacional.