2007-05-01

Dia do Trabalhador

Em finais do século XIX, com o início da industrialização, começaram a aparecer novos problemas relacionados com o trabalho. Um dos principais problemas que atingiam os operários era o horário de trabalho. Trabalhava-se de sol-a-sol, como os agricultores. Alguns reformadores sociais já tinham proposto, em várias épocas, a ideia de dividir o dia em três períodos: oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer e estudo, proposta que, como sempre, era vista como utópica pelos empregadores.

Com o desenvolvimento do associativismo operário, e particularmente do sindicalismo, a proposta da jornada de oito horas tornou-se um dos objectivos centrais das lutas operárias e também causa de violentas repressões, de inúmeras prisões e até de morte para vários trabalhadores.

No 1º de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago (Estados Unidos da América), tal como de muitas outras cidades americanas, foram para a rua, exigindo o horário de oito horas de trabalho por dia. No dia 4 de Maio, durante novas manifestações, uma explosão serviu de pretexto para a repressão brutal que se seguiu, que provocou mais de 100 mortes e a prisão de dezenas de operários. Este acontecimento, que ficou conhecido como os "Mártires de Chicago", tornou-se o símbolo e marco para uma luta que, a partir daí, se generalizou por todo o mundo.

Passados todos estes anos, a história do movimento operário continua a ser feita de avanços e recuos, vitórias e derrotas. Entre nós, a luta pelo horário de oito horas também tem uma longa história. Só em Maio de 1996 o Parlamento aprovou a lei da semana de 40 horas (oito horas diárias de segunda a sexta feira). No entanto, as horas extras não remuneradas, o trabalho em fins-de-semana, acabam muitas vezes por anular as conquistas consignadas na lei. As novas formas de organização do trabalho, a precarização e a globalização vem trazer novos problemas que os trabalhadores têm que enfrentar.

Tendo em conta que os despedimentos aumentam a cada dia que passa de uma forma assustadora, a precariedade no trabalho é cada vez maior e com os casos de salários em atraso a acumularem-se, as comemorações do 1º de Maio, têm que promover não só momentos de convívio, mas também de reivindicação e luta por melhores condições de vida e de trabalho, procurando honrar aqueles que caíram com mártires das causas de todos os Trabalhadores.

Porventura o porco no espeto, as fanfarras, as corridas e as tertúlias com que os nossos governantes municipais nos brindaram no 25 de Abril, só tiveram lugar na alma desta cidade porque no ano anterior o Município caiu no ridículo de nem a bandeira da nação erguer e por isso foi criticado fortemente. Só nessa perspectiva se poderá explicar a inexistência de comemorações do Dia do Trabalhador, em Oliveira do Hospital!

1 comentário:

Que hay??? disse...

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