2006-11-06

O(s) Cacique(s)

O caciquismo nasceu da Constituição liberal adoptada na Espanha de 1837, que ao outorgar um significativa parcela de poder aos municípios, contra a posição centralista dos conservadores, promoveu a emergência do cacique. De acordo com os Dicionários de Língua Portuguesa, cacique é o "indivíduo que tem influência política numa determinada região e que, na ocasião das eleições, arranja eleitores a favor de certo candidato, ou dele próprio."
Nunca se deve confundir um cacique com um padrinho (do latim patrinu, diminutivo de pater, pai; figurativamente, protector, patrono). A relação entre padrinho e afilhado é uma relação entre um e um (mesmo quando o padrinho tem vários afilhados, cada um é um caso particular) e, simultaneamente, uma relação de protecção (uma relação entre pai e filho, só que mais fraca), a relação entre cacique e "cacicados" é uma relação entre um e muitos e, simultaneamente, uma relação de condução (análoga à que existe entre o pastor e o seu rebanho).
Numa análise comparativa podemos observar que, enquanto o cacique do passado se limitava a, antes das "eleições" - nome que, na altura, se dava à farsa que "consagrava" os candidatos fascistas -, distribuir os boletins de voto acompanhados por uns peixes de bacalhau, o cacique de hoje é muito mais sofisticado, e já não distribui bacalhau: atribui subsídios (às associações com "mérito" cultural ou desportivo), distribui empregos (mediante "concursos" suficientemente sérios), efectua nomeações para determinados cargos (em função da "competência" dos nomeados, normalmente a título de "assessores"). Assim, quer quantitativa quer qualitativamente, os novos caciques não têm comparação possível com os caciques do antigamente. São, obviamente, muito mais poderosos, logo, muito mais perigosos.
Precisamente por, hoje em dia, “cacicarem” de forma diferente, é necessário pugnar por uma formação política dos cidadãos que os dote de sentido crítico e consciência cívica, para que não mais as pessoas sejam objecto de manipulação por parte de títeres que trocam o debate das ideias pela emissão de inúteis comunicados ou entrevistas, recados encomendados e prepotências de todo o género.
É necessário criar uma nova cultura política, para que uma opinião diferente da opinião dos líderes não seja considerada afronta pessoal, para que qualquer crítica justa não seja tomada como um ataque a um partido. E, mesmo não sendo indispensável ser-se militante para se intervir politicamente, é indispensável que os partidos se abram a novas participações e a novas ideias. Sem que com isso tenham medo de perder os seus caciques.
Se desejamos, como acredito, um melhor futuro para Oliveira do Hospital, é urgente reforçar a participação cívica e política de cada um de nós. Urge acordar todo um povo.

9 comentários:

Anónimo disse...

Diz-se por aí que o Vereador Rocha é um apostador nato ........e um amante de motos .....e que não é cacique puro.

Se o Mário sabe fica mais uma preocupação .

Anónimo disse...

Para quem será que está ser dirigido este post? Ou melhor ainda, será que algum senhor dirigente actual dos partidos politicos do concelho escapa? Parece-me bem que não, a ver vamos...

Parabéns, bom post...

Anónimo disse...

Bom post má luz.

Anónimo disse...

Escapas tu , meu .

Anónimo disse...

Em Oliveira não há caciques.
É tudo transparente "segundo critérios de rigor pelos dinheiros públicos.É mais ou menos assim que começão as respostas da nossa nobre autarquia.

Anónimo disse...

Esta eu não consigo perceber.
Serás um infiltrado do poder local?
Será da oposição?
Quem será?

Anónimo disse...

é uma besta

Anónimo disse...

Mário Alves, Rocha, Fátima , Elsa, PJOH,PJTRAVANCA , Abreu de Meruge :

olhem como vai acabar o vº mandato :

Leiam o " SOL":

Os deputados socialistas querem criar um procurador especial para exercer a acção penal sobre titulares de cargos políticos suspeitos de crimes graves. A proposta está incluída nas alterações às regras das comissões de inquérito parlamentar e é discutida amanhã na AR.

preparem-se .

A festa começou e os foguetes vão rebentar .

Ai pensavam que isto é uma quinta ?
AINDA SE VÃO ARREPENDER DO QUE FAZEM .

não tomem caminho democrático e pensem que são impunes !

Anónimo disse...

"o cacique de hoje é muito mais sofisticado, e já não distribui bacalhau: atribui subsídios (às associações com "mérito" cultural ou desportivo)"

caro senhor dono do blog...

nao o compreendo... ou se calhar ate compreendo...

no anterior vem defender o sr Antonio, o do dinheiro... coitadinho bla bla bla..!

e no seguinte vem definir cacique, sera q essa sua definicao de cacique e de caciquismo nao se aplica por inteiro a visada vitima do folha do centro - Antonio o riquinho - ( que desde ja transmito que nao concordo com esse jornaleco)

sera que no anterior nao estaria a fazer o favor ao patraozinho???
e no outro esqueceu que ele tb faz caciquismo de uma forma vergonhosa com os dinheiros q anda para ai a a distribuir?? ou andava...